sábado, 31 de julho de 2010

Mascote

Pessoal o noso novo mascote é :




















A fox

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Burrinho

O mascote



Voces podem escolher o mascote:
  1. Globinho
  2. fox
  3. Burrinho

sábado, 22 de maio de 2010

Mãos lavadas em óleo


Em audiência no Senado americano, as empresas envolvidas no vazamento de petróleo no Golfo do México passam a culpa adiante, enquanto mancha avança pelo litoral.

Registro da NASA mostra a extensão do vazamento. © NASA

Dedos em riste apontam uns para os outros, na sequência desastrosa do acidente com a plataforma Deepwater Horizon. Reunidos em audiência no Senado americano com o Comitê de Energia e Recursos Naturais, representantes das empresas BP, concessionária do poço, Transocean, dona da plataforma e Halliburton, contratada para cimentar o buraco, empurraram adiante a responsabilidade pelo vazamento.

A BP questiona a Transocean sobre o porquê do equipamento de prevenção de explosões não ter funcionado. A Transocean, por sua vez, garante que a culpa só pode ser da Halliburton, uma vez que a explosão aconteceu depois do poço já ter sido perfurado e cimentado. Em sua defesa, a Halliburton garante que a colocação do cimento foi feita de acordo com o pedido pela Transocean e que, no fim das contas, o erro é do planejamento da plataforma.

Nenhum dos executivos das empresas soube precisar o que vinha sendo feito em termos de pesquisa e desenvolvimento para maior segurança contra vazamentos. E, quando perguntados por que nunca haviam realizado testes com torres de contenção submarinas, que poderiam ter evitado o vazamento, argumentaram que este tipo de acidente sempre aconteceu na superfície.

Lamar McKay, presidente da BP, garantiu que todos os gastos ‘legítimos’ serão pagos, mas não deixou claro o que entende por legítimos. McKay disse ainda que um acidente desta proporção seria “extremamente difícil de prever” e que a empresa havia aprendido com esta lição. Indignado, um dos senadores presentes, Bob Menendez, resumiu a querela: “Não é necessário ser tão inteligente para concluir que não existe nada que seja tão seguro que não possa vazar”, disse.

O jornal The New York Times fez a cobertura da audiência.

O brasileiro André Muggiati, da equipe do Greenpeace, está na Louisiana e vem acompanhando o processo de limpeza da costa e os bastidores da mancha. Em seu primeiro relato, Muggiati contra sobre sua expedição de barco, quando foi surpreendido por funcionários da BP que impediram a equipe e os jornalistas de fazer imagens.

Acompanhado de Rick Steiner, especialista que trabalhou no vazamento da plataforma Exxon Valdez há 20 anos, André registrou a chegada do óleo nos mangues do delta do Rio Mississipi. A previsão é de que muito mais óleo ainda venha a alcançar a região, com danos irreversíveis para a fauna e flora.

No segundo dia, as primeiras mortes de animais marinhos e uma reunião a portas fechadas com representantes da agência de proteção ambiental. Leia aqui.

A imagem abaixo, retirada do programa Google Earth, simula a extensão da mancha de óleo se o vazamento tivesse ocorrido em mares brasileiros. Vemos que o óleo cobriria boa parte do litoral paulista e todo a Grande São Paulo. Através do site, é possível escolher qualquer cidade do mundo e realizar a simulação.



Veja o que já foi publicado em nosso site:

Dano incalculável

Desastre para ficar na história

A mancha negra

E em nosso blog:

As mudanças que nada mudam

Lucros, falta de transparência e muito óleo

O óleo avança

Mais um dia no Golfo

É hora de tampar o buraco


domingo, 9 de maio de 2010

Desastre para ficar na história

Local de reprodução de várias espécies de mamíferos, aves e peixes, alguns em perigo de extinção, o Golfo do México e a costa da Lousiana estão banhadas em óleo.

A conta ambiental começou a ficar bem mais salgada. As primeiras aves com o corpo coberto de óleo do vazamento da plataforma Deepwater Horizon no Golfo do México foram encontradas na costa da Lousiana, onde a mancha de óleo do tamanho da metade de Sergipe bateu na manhã de sexta-feira, dia 30. O acontecimento, tanto temido pelas autoridades americanas quanto pelos ambientalistas, traz um prejuízo econômico, segundo os primeiros cálculos, de cerca de bilhão de dólares.

O óleo não poderia ter sido derramado em momento pior. O mês de abril é temporada de reprodução de peixes, pássaros, tartarugas e outras criaturas marinhas no Golfo do México. Durante o período, as espécie, por instinto, tendem a se assentar e, com isso, ficam impossibilitadas de reagir a tempo e fugir do perigo. Segundo afirmam pesquisadores, 90% de todas as espécies marinhas do Golfo do México fazem uso das regiões costeiras e dos estuários do Rio Mississipi ao menos uma vez na vida para reprodução.

A costa da Lousiana, local onde se encontram 40% das regiões de mangue dos Estados Unidos, é pouso para mais de cinco mil espécies de aves migratórias. A lista completa dos animais na mira do óleo inclui 400 espécies, encabeçada pelo atum-azul, em alto perigo de extinção. Das sete espécies de tartarugas marinhas do mundo, cinco migram para a região para cuidar de seus filhotes em abril. Tubarões e mamíferos marinhos, como as baleias Cachalote, Azul, Fin e Sei também nadam no óleo. Uma equipe do Greenpeace dos Estados Unidos está a caminho da Lousiana para documentar e expor os impactos ambientais causados pelo vazamento de óleo

Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de oceanos do Greenpeace Brasil, na região de Abrolhos. Greenpeace / Lunaé Parracho

“As aves marinhas possuem um óleo natural que cobre o corpo e as possibilita de mergulhar no mar sem afundar”, explica Leandra Golçalves, Coordenadora da Campanha de Oceanos do Greenpeace. Com o tingimento das penas de negro petróleo, as aves perdem esta cobertura natural e ficam impossibilitadas de mergulharem. “Isto sem falar nos níveis de toxicidade a qual os peixes e as baleias estão expostos. A cada vez que uma baleia vai à superfície para respirar, está levando petróleo aos pulmões”, acrescenta Leandra.

O acidente, causado por uma falha no sistema de segurança de uma plataforma construída em 2001 usando a mais recente tecnologia para a área pode vir a se tornar o maior da história dos Estados Unidos. Estimativas oficiais são de que o volume de óleo derramado já ultrapassa os de grandes acidentes como o da Exxon Valdez, em 1989, no Alasca e o de Santa Bárbara, Calif, em 1969. Por via das dúvidas, o presidente Obama vez sendo orientado a suspender novos projetos de exploração de petróleo até que maiores investigações sobre o caso garantam maior segurança.

"Ainda hoje, apesar da alta tecnologia para a exploração de gás e óleo já desenvolvida no mundo, são poucas as medidas eficientes para evitar o impacto ambiental de vazamentos de petróleo no mar. A região que foi afetada pelo Exxon Valdez, por exemplo, ainda não se recuperou totalmente dos impactos, mesmo depois de 21 anos do ocorrido”, diz Leandra. "Está mais do que na hora dos governos e sociedade repensarem o modelo de desenvolvimento que queremos para o futuro. Para evitar esse tipo de impacto só existe uma maneira: diminuir a exploração de petróleo e migrar para uma matriz energética mais limpa e renovável", conclui.

A mancha negra

Acidente com plataforma de petróleo espalha óleo pelo Golfo do México e dúvidas sobre um modelo energético prejudicial à saúde humana e ambiental.

Um vazamento de óleo não é algo que se limpe. Na maior parte dos casos, os remanescentes desses desastres ambientais se dispersam, diluem, são queimados ou afundam e ficam à espera de, em algum momento, voltar à tona e causar seus estragos. O caso da recente explosão seguida de vazamento da plataforma de petróleo Deepwater Horizon, no Golfo do México, ocorrida no último dia 20, expõe as sérias deficiências do modelo petrolífero do qual somos dependentes.

Na explosão, onze funcionários morreram. Dois dias após o acidente, a plataforma naufragou e, lá do fundo, começou a despejar mais de cem mil litros de óleo diariamente. Hoje, 29 de abril, nove dias após o desastre, o presidente americano Barack Obama assumiu as rédeas do desastre, o que deu dimensão real à sua gravidade, oferecendo a ajuda do Departamento de Defesa na sua contenção.

A corrida agora é por evitar que o óleo continue a vazar e, alcance a costa da Lousianna, de onde já está a apenas 80 quilômetros de distância. A previsão é de que a macha, dpendendo da direção dos ventos, alcance a região do delta do Rio Mississipi na sexta-feira, dia 30.

Caso isto ocorra, as ricas regiões onde 40% da área de manguezais da costa dos Estados Unidos se concentram, podem ficar manchadas de óleo pelas próximas décadas. O governador da Louisianna Bobby Jindal declarou estado de emergência, alegando que o vazamento ameaça seus recursos naturais. As autoridades americanas precisam decidir entre o ruim e o pior: se mais vale queimar o óleo, emitindo carbono e produzindo gigantesca nuvem de fumaça, ou permitir que o desastre ambiental atinja as áreas de costas.

“As empresas de petróleo dizem que já existem as mais variadas tecnologias para a contenção de vazamentos de petróleo, mas, como foi visto, na prática, isso não é bem verdade. O impacto que um vazamento de óleo pode trazer é gigantesco e não há uma forma justa de reparar o dano”, diz Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de Oceanos do Greenpeace.

Nem um ano se passou desde que as empresas responsáveis pela plataforma, a britânica BP e a TransOcean, se opuseram agressivamente contra um novo regulamento de segurança estabelecido pela Empresa de Manejo Mineral, a agência federal que fiscaliza a exploração de petróleo em alto mar. A base do novo regulamento foi um estudo que concluía que o número de acidentes no setor era muito alto.

Gráfico divulgado pelo jornal The NY Times traz o perfil das espécies que estão na mira do líquido negro. Aves costeiras e animais marinhos são as mais afetadas. Entre elas, a baleia cachalote, tartarugas marinhas e o atum azul, espécie em alto risco de extinção, cujo único local de reprodução da população do Atlântico é o Golfo do México.

“Espécies como o atum azul e as tartarugas marinhas, ameaçadas de extinção, estão sendo submetidas a um nível de contaminação inestimável. Que tecnologia é capaz de reparar este impacto?”, questiona Leandra.

sábado, 8 de maio de 2010

Dano incalculável

Óleo não para de vazar no Golfo do México e deixa governo americano incapaz de medir o alcance e o impacto do acidente. Greenpeace cobra moratória de exploração em alto mar.

Doze dias depois do início de um derramamento de óleo no Golfo do México que não dá sinais de arrefecimento, o governo americano sinalizou claramente que não faz a menor ideia sobre qual é a extensão do acidente. Não há posição oficial sobre o tamanho da mancha, a proporção do vazamento, nem os meios mais eficazes de estancá-lo. O comandante da Guarda Costeira Thad Allen em entrevista à rede de televisão CNN, reconheceu que a impossibilidade de mensurar o problema só o torna mais complexo.

Apesar das dúvidas, há pelo menos uma certeza. O acidente com a plataforma de petróleo da British Petroleum no Golfo do México é grande e suas consequências provevelmente serão devastadoras para a biodiversidade e para as economias de estados americanos em cujos litorais o óleo começa a chegar . O presidente Barack Obama, depois de visitar a região, qualificou o derramamento como “potencialmente sem precedentes”. O Greenpeace pediu o fim da exploração de petróleo em alto mar.

Passados mais dois dias de vazamento, as estimativas são de que a mancha teria mais que triplicado de quantidade - de 3 mil quilômetros quadrados no fim da sexta-feira, dia 30, a quase 10 mil quilômetros quadrados, de acordo com imagens de satélites europeus. Dependendo de ventos e maré, o óleo rumará em direção à costa do Alabama e da Flórida .

O acidente acontece um mês depois de Obama ter dado aval para a expansão de projetos de exploração em alto mar, com a justificativa de que as plataformas hoje estariam seguras e não causariam vazamentos. Os projetos estão agora suspensos, aguardando o fim das investigações sobre as causas do desastre.

“Á pergunta sobre se o que está sendo feito é suficiente, a resposta é que não há ‘suficiente’. Tudo está fora do controle. Não podemos remediar este acidente, apenas evitar que outros ocorram”, afirmou Mark Floegel, Diretor de Pesquisa do Greenpeace. “Precisamos que o presidente Obama tome posturas mais radicais para evitar que novos desastres aconteçam. O anúncio de que as operações ficarão suspensas é pouco. Queremos uma moratória completa de exploração de petróleo em alto mar nos Estados Unidos”, disse Mark.

Equipe de fotógrafos do Greenpeace está em Venice, na Louisiana documentando as conseqüências do vazamento. Veja as fotos na galeria:


quarta-feira, 31 de março de 2010

Gigante do petróleo banca céticos do clima

Washington — Indústrias Koch agem longe dos olhos do público e, por baixo dos panos, financiam os argumentos falsos de quem nega o aquecimento global.

Uma empresa pouco conhecida, mas com bastante trabalho, passou a ExxonMobil no quesito financiamento dos céticos do clima de acordo com um levantamento realizado pelo Greenpeace. As Indústrias Koch, com sede nos Estados Unidos, têm o petróleo no centro de seus negócios, produziram o 19º homem mais rico do mundo e carregam um passivo ambiental imenso, que tentam esconder de todos os jeitos.

O relatório do Greenpeace, “Indústrias Koch: financiando secretamente os céticos do clima”, detalha como a empresa multinacional tem um papel dominante no discurso negacionista do aquecimento global nos Estados Unidos. Ela gasta milhões de dólares na promoção de céticos e seus institutos lobbistas e na oposição ao avanço de tecnologias limpas de geração de energia. “Está na hora de as Indústrias Koch limparem o jogo e deixarem de lado sua campanha suja e feita por baixo dos panos contra as ações de controle das mudanças climáticas”, afirma Kert Davies, diretor de pesquisa do Greenpeace dos Estados Unidos.

A Koch financiou (entre outros exemplos):

- Vinte organizações especializadas em negar o aquecimento global, que ecoaram a quatro cantos o Climagate, caso em que e-mails de cientistas da Universidade de East Anglia foram hackeados, no fim do ano passado. Essas organizações afirmam que as mensagens mostram que a ciência do clima é pouco confiável e ignoram a avaliação de grupos independentes que falam o contrário;

- Um artigo pseudocientífico de 2007, em conjunto com a ExxonMobil e o Instituto Americano do Petróleo, que tenta refutar a ciência que mostra como os ursos polares são ameaçados de extinção por causa do aquecimento global;

- Um grupo dinamarquês que produziu um estudo contrário à indústria de energia eólica da Dinamarca. Esse material foi usado nos Estados Unidos para rebater o apoio do presidente Barack Obama a energias renováveis. Neste ano, o ministro do Meio Ambiente da Dinamarca rejeitou os resultados do documento;

- Grupos que apóiam e promovem uma antiga e já refutada análise, que liga a indústria de energias renováveis ao desemprego na Espanha. Entre eles, destaca-se um chamado Americanos pela Prosperidade, fundado e dirigido por David Koch. Hoje, esse grupo está em campanha aberta contra o projeto de lei voltado a energias limpas de Obama, em discussão no Congresso americano.

“Ao gastar milhões de dólares no lobby e em financiamento a candidatos, Charles e David Koch poluem não apenas o ambiente mas também o processo político americano, trabalhando para impedir a aprovação da lei de energia limpa e clima por meio de um lobby corporativo intenso e financiamento de céticos”, diz Davies. “Esse processo tem como objetivo atrapalhar o avanço das negociações internacionais em torno de uma política de controle das mudanças climáticas, com o enfraquecimento da legislação americana no centro dessa estratégia.”

As Indústrias Koch são um conglomerado de US$ 100 bilhões, dominado por negócios em petroquímica, que operam em cerca de 60 países, com 70 mil funcionários. A maioria das operações é invisível ao público, com exceção de algumas poucas marcas, como Lycra® e Cordura®. No Brasil o grupo Koch está presente na forma de quatro empresas, “Georgia Pacific”, “Koch mineral services”, “Koch chemical technology group” e “Invista”.

“As empresas e funcionários do grupo Koch no Brasil tem a obrigação moral de exigir explicações e mudanças das atitudes de seus pares norte-americanos”, diz João Talocchi, coordenador da campanha de clima do Greenpeace Brasil. “No site das empresas existem diversas referências ao uso da boa ciência, responsabilidade socioambiental e criação de valores. Ao atacar a ciência e legislação sobre mudanças do clima, eles só aumentam o buraco entre o discurso e a realidade”, complementa Talocchi.

Parte da influência da Koch é centrada em três fundações, também controladas por David e Charles Koch. No financiamento de campanhas de céticos, a ExxonMobil gastou cerca de US$ 9 milhões entre 2005 e 2008. No mesmo período, as fundações controladas pelas Indústrias Koch gastaram cerca de US$ 25 milhões. Entre os grupos financiados, estão velhos centros de negação da ciência do clima, entre eles o Mercatus Center, a Fundação Heritage, o Instituto Cato, a Fundação Legal de Washington e a Fundação para Pesquisa de Economia e Ambiente (Free, na sigla em inglês).

sexta-feira, 26 de março de 2010

Os 7 pecados capitais dos transgênicos

Conheça os principais problemas dessa tecnologia que coloca em xeque a biodiversidade do planeta, provoca inúmeros problemas na agricultura mundial e afronta diretamente o Princípio da Precaução, da ONU.

1. Contaminação genética

Agricultores que queiram se dedicar ao cultivo convencional ou orgânico já sabem: se tiver alguma plantação transgênica nas redondezas, a contaminação é garantida e a missão, impossível. Tem sido assim nos Estados Unidos, onde tudo começou, na Europa, Argentina e sul do Brasil. Com a contaminação, agricultores têm prejuízos ao perderem o direito de vender suas safras como convencionais e/ou orgânicas.

Confira aqui entrevistas com agricultores espanhóis sobre alguns casos ocorridos em seu país.

O Greenpeace tem publicado anualmente um Registro sobre Contaminação Transgênica sobre os muitos casos verificados em todo o mundo - confira aqui a última edição.

2. Ameaça à biodiversidade

A contaminação genética pode ter também um efeito devastador na biodiversidade do planeta. Ao liberar organismos geneticamente modificados na natureza, colocamos em risco variedades nativas de sementes que vêm sendo cultivadas há milênios pela humanidade. Além disso, os transgênicos podem afetar diretamente seres vivos que habitam o entorno das plantações, conforme indicam estudos científicos - como no caso das borboletas monarcas, que são insetos não-alvo da planta transgênica inseticida, mas são também atingidas.

Ver aqui e aqui (arquivos em pdf para baixar).


3. Dependência dos agricultores

A empresa de biotecnologia Monsanto é hoje a maior produtora de sementes do mundo, convencionais e transgênicas. Além disso, é também uma das maiores fabricantes de herbicidas do planeta, com destaque para o Roundup, muito usado em plantações de soja geneticamente modificada no sul do Brasil. Com essa venda casada - semente transgênica mais o herbicida ao qual a planta é resistente -, os agricultores ficam presos num ciclo vicioso, totalmente dependentes de poucas empresas e das políticas de preços adotadas por elas. Ver aqui.

Outro grande problema verificado nos países que têm adotados os transgênicos - principalmente os Estados Unidos e Argentina -, é a draconiana propriedade intelectual exercida pelas empresas sobre as sementes transgênicas. O agricultor é proibido de guardar sementes de um ano para o outro, podendo sofrer pesados processos caso faça isso, e ainda corre o risco de ser processado de qualquer maneira caso a sua plantação sofra contaminação genética de uma outra transgênica - e ele não tiver como provar isso.

4. Baixa produtividade

Os argumentos de quem defende os transgênicos como solução para a crise alimentar que vivemos vêm caindo por terra dia após dia. Os transgênicos já se mostraram pouco competitivos economicamente e recentes estudos promovidos por universidades americanas comprovaram que variedades transgênicas são até 15% menos produtivas do que as convencionais. Confrontadas com os resultados das pesquisas, empresas de biotecnologia admitiram que seus transgênicos não foram criados para serem mais produtivos, mas sim para serem resistentes aos agrotóxicos fabricados por essas mesmas empresas.

Num primeiro momento, os transgênicos podem até ser mais produtivos do que os cultivos convencionais ou orgânicos/ecológicos, mas no médio e longo prazos, o que se tem verificado é uma redução na produção e um aumento significativo nos preços dos insumos como o glifosato, principal herbicida usado em plantações transgênicas.

5. Desrespeito ao consumidor (rotulagem)

O Brasil tem uma lei de rotulagem em vigor desde 2004, que obriga os fabricantes de alimentos a rotular as embalagens de todo produto que usam 1% ou mais de matéria-prima transgênica. No entanto, apenas duas empresas de óleo de soja rotulam algumas de suas marcas do produto - e mesmo assim só depois de terem sido acionadas judicionalmente pelo Ministério Público. Há milhares de produtos nas prateleiras dos supermercados brasileiros que chegam à mesa das pessoas sem a devida informação sobre o uso de substâncias geneticamente modificadas, numa afronta direta à lei e num claro desrespeito ao consumidor.

O Greenpeace publica, desde 2002, o Guia do Consumidor com uma lista verde de produtos que não usam transgênicos em sua fabricação e outra lista, vermelha, com produtos que podem conter organismos geneticamente modificados em sua composição.

6. Uso excessivo de herbicida

O caso da Argentina é emblemático: depois que os transgênicos começaram a serem plantados em suas terras, o consumo de herbicida explodiu no país, que passou a ser um dos que mais usam produtos químicos em plantações no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A explicação é simples: como os transgênicos são resistentes a um tipo específico de herbicida, o agricultor usa cada vez mais dele para proteger sua plantação de pragas. Com o tempo, no entanto, esse uso excessivo provoca problemas no solo, nos trabalhadores e promove o surgimento de pragas resistentes ao herbicida (arquivo em pdf para baixar), exigindo mais e mais aplicações.

7. Ameaça à saúde humana


Não existem estudos científicos que comprovem a segurança dos transgênicos para a saúde humana. Apesar de exigidos por governos de todo o mundo, as empresas de biotecnologia nunca conseguiram apresentar relatórios nesse sentido - e ainda assim, seus produtos são aprovados. Por outro lado, alguns estudos independentes indicaram problemas sérios, como alterações de órgãos internos (rins e fígado) de cobaias alimentadas com milho transgênico MON863 da Monsanto.

E ainda há o risco do uso excessivo do glusofinato, componente ativo da variedade transgênica Liberty Link, da Bayer, presente tanto no milho como no arroz geneticamente modificado produzido pela empresa. Problemas como esses levaram alguns países, como a Áustria, a proibírem a importação e comercialização desses produtos.

No Brasil, infelizmente, não existe o mesmo cuidado. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), responsável pela aprovação de transgênicos no país, vem dando sinal verde para variedades que enfrentam grande resistência em outros países, como no caso do milho MON810, da Monsanto, proibido na Europa e liberado no Brasil.

terça-feira, 23 de março de 2010

Redes elétricas inteligentes - como desenvolver uma infraestrutura para o século 21

Greenpeace projeta mensagens a favor de uma revolução energética,  baseada em energias renováveis, durante Fórum Europeu de Energia  Nuclear, realizado em Praga, na República Tcheca.

Greenpeace projeta mensagens a favor de uma revolução energética, baseada em energias renováveis, durante Fórum Europeu de Energia Nuclear, realizado em Praga, na República Tcheca.

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São Paulo (SP), Brasil — Quem tem medo do escuro pode abraçar as energias renováveis.

Um novo estudo do Greenpeace, feito em parceria com o Conselho Europeu de Energias Renováveis (Erec, na sigla em inglês), mostra como as redes elétricas do mundo poderiam ser transformadas para suportar uma matriz elétrica com 90% de energia renovável em 2050.

A transformação, alcançada com um nível modesto de investimento, é uma grande oportunidade de negócio para empresas de tecnologia e permitiria cortes gigantescos nas emissões de gases do efeito estufa.

“Renováveis 24h – a infra-estrutura necessária para salvar o clima” é parte do cenário [R]evolução energética, cenário traçado sobre como garantir o fornecimento de energia no futuro de forma amigável com o clima do planeta.

Um ponto referente à Europa, detalhado no relatório, faz eco nas necessidades brasileiras. Uma comparação de 30 anos de dados meteorológicos com as curvas anuais de demanda da Europa demonstra que, com a rede elétrica em uso, há apenas uma chance de 0,4% – ou 12 horas por ano – que a alta demanda ocorra quando a geração solar e eólica é baixa. O reforço proposto para a rede retiraria esta pequena incerteza, garantindo um fornecimento constante.

O estudo explica como redes elétricas inteligentes (smart grids, em inglês) locais e regionais poderiam ser conectadas de forma eficiente com uma super rede (super grid) de alta voltagem[1], para garantir um fornecimento ininterrupto e confiável de eletricidade, sem ativar usinas térmicas a carvão ou nucleares.

No Brasil, o alto potencial de renováveis (solar, eólica e biomassa) certamente garantiria a mesma oferta confiável de energia projetada para a Europa pelo relatório.

Por enquanto, a experiência de 2009, quando um blecaute atingiu quatro regiões do país, evidenciou a necessidade de investir em redes inteligentes e reforçar as existentes. Hoje não se pode confiar nas linhas de transmissão de Itaipu nos picos de consumo de energia, decorrentes do forte calor e da recuperação da produção industrial.

“Apesar da abundância de chuvas e dos níveis elevados dos reservatórios, opta-se por acionar as termelétricas fósseis, a fim de evitar o risco de sobrecarga nas linhas de transmissão das hidrelétricas”, afirma Ricardo Baitelo, coordenador da campanha de energias renováveis do Greenpeace. “Como efeito colateral, sofremos tanto com as emissões de gases-estufa dessas usinas quanto com seu custo elevado.”

Devem ser gastos cerca de R$ 80 milhões com as termelétricas durante a temporada de calor, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).



“Com redes inteligentes, nós basicamente combinamos internet com eletricidade”, comenta o especialista em energia do escritório internacional do Greenpeace, Sven Teske. “Reforçar as redes inteligentes é uma grande oportunidade de negócios, especialmente para companhias de tecnologia. Na Europa, o investimento anual necessário ficaria em torno de € 5 bilhões, ou seja, menos de € 5 por ano por casa. Para destravar o investimento necessário em uma estrutura que seja amigável com o clima, precisamos urgentemente de políticas que apóiem a transição para uma oferta de eletricidade 100% renovável”, afirma Teske.

“O mercado global de energia renovável poderia crescer em índices de dois dígitos até 2050, e se equiparar ao tamanho atual da indústria fóssil. Hoje em dia, o mercado global está na casa dos US$ 120 bilhões e dobra de tamanho a cada três anos”, diz Christine Lins, secretária-geral do Erec. “O mercado global de renováveis caminhará lado a lado com o desenvolvimento de redes inteligentes, quando a participação de energia eólica e solar fotovoltaica passar de um terço do total de energia gerada.”


O relatório “Renewable 24/7” pode ser lido http://www.greenpeace.org/eu-unit/press-centre/reports/EU-energy-revolution-report e em www.erec.org.

Mais informações:

[1] Smart Grids ou redes inteligentes enviam de eletricidade dos pontos de geração até os consumidores utilizando um sistema de monitoramento com tecnologia digital. Este sistema permite a integração de fontes energéticas descentralizadas como solar e eólica, assimilando sua entrada no sistema nos períodos de vento e sol. Permite também o controle do consumo de aparelhos e eletrodomésticos em residências e edifícios, informando os consumidores em tempo real sobre seu consumo e até desligando alguns equipamentos em períodos de alta demanda energética. Tudo isto é possibilitado através de linhas de transmissão de alta eficiência, que reduzirão as taxas de perdas do sistema elétrico. Desta forma, o sistema economiza energia, reduz custos e aumenta a confiabilidade e a transparência do consumo de energia.

Os Super Grids ou super redes usam linhas de corrente contínua de alta tensão (HVDC) para transportar grandes quantidades de energia a grandes distâncias, com alta eficiência. Este sistema permitirá que a energia eólica do sul e solar do nordeste do país seja distribuída para outras regiões, evitando a sobrecarga das linhas de transmissão de grandes centrais de geração de energia.

Continuação da materia sobre a nestle

Julia

Desde que recebemos o seu e-mail tentamos entrar em contato com você no telefone indicado, pois,

gostaríamos de conversar diretamente com você sobre a questão exposta em sua mensagem.


Saiba que questões como essa merecem toda a atenção de nossa parte. E, como não conseguimos ,

contatá-la, segue abaixo a posição de nossa empresa sobre o assunto exposto:


A Nestlé compartilha da preocupação com a séria ameaça ambiental às florestas tropicais e campos ,

de turfa no sudeste asiático, provocada pelas plantações para produção de óleo de palma.

A empresa anunciou recentemente seu compromisso de utilizar somente "óleo de palma sustentável ,

certificado", até 2015, quando quantidades suficientes devem estar disponíveis.

Devido a este compromisso, a empresa está tomando todas as medidas cabíveis para impactar seus ,

fornecedores e garantir que não comprem óleo de palma que contribua para o desmatamento.

Como parte de nosso compromisso, temos intensificado a investigação de nossa cadeia de ,

fornecimento de óleo de palma para identificar qualquer fonte que não atenda a nossos elevados,

padrões de sustentabilidade.

Em razão desses rígidos padrões de segurança de alimentos, fizemos isso de maneira deliberada,

uma vez que utilizamos óleo de palma para produtos alimentícios,

diferentemente de sabão ou produtos para cuidados pessoais.

A Nestlé substituiu a empresa indonésia Sinar Mas como fornecedora de óleo de palma por outro ,

fornecedor para os embarques futuros.


Ressaltamos que a matéria-prima adquirida da Sinar Mas foi utilizada apenas para fabricação,

na Indonésia, ou seja, o óleo de palma procedente da Sinar Mas,

não foi utilizado pela Nestlé para a fabricação em qualquer outro país.

Também nos unimos a outros grandes compradores de óleo de palma para certificarmos que empresas,

tais como a Cargill,

tomem conhecimento da nossa necessidade de óleo de palma que não provenha de fornecedores que,

destruam florestas tropicais. Neste momento,

nossos fornecedores de óleo de palma declaram que não podem garantir que uma empresa em,

particular seja excluída, devido à mistura de óleo de palma em uma cadeia de suprimentos muito,

complexa.

Continuaremos a pressionar nossos fornecedores para eliminarmos quaisquer fontes de óleo de palma,

que sejam relacionadas à destruição de florestas e fornecer garantias válidas de rastreabilidade
o mais breve possível.


Com relação à nossa fonte de produtos de papel e embalagem, confirmamos que não adquirimos,
nenhum material da Ásia Pulp & Paper (APP).


O Nestlé Supplier Code estabelece padrões mínimos não-negociáveis e é solicitado aos nossos,

fornecedores que o respeitem e cumpram ao realizar negócios. O código inclui padrões de,

sustentabilidade e ambiente. Adicionalmente, por meio da Nestlé Policy on Environmental Sustainability

a empresa compromete-se a dar preferência a fornecedores que busquem continuamente melhorar
a eficiência e sustentabilidade de suas operações e o uso de recursos.


Atenciosamente,

SERVIÇO NESTLÉ AO CONSUMIDOR

sábado, 20 de março de 2010

Nestlé financia destruição de floresta e põe orangotangos no rumo da extinção

Ativistas vestidos de orangotango protestam em frente a fábrica da   Nestlé no Reino Unido. A empresa usa óleo de palma em seus produzido  às custas da destruição das florestas tropicais da Indonésia.

Ativistas vestidos de orangotango protestam em frente a fábrica da Nestlé no Reino Unido. A empresa usa óleo de palma em seus produzido às custas da destruição das florestas tropicais da Indonésia.

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Esta manhã, protestos pipocaram por toda a Europa contra a destruição das florestas que servem de habitat para orangotangos na Indonésia. O motor dessa devastação, que colocou os primatas à beira da extinção, é a conversão do uso do solo de mata virgem para o plantio de palmáceas.

A Nestlé, que sustenta essa atividade comprando óleo de palma da Indonésia para produzir chocolates como o Kit kat, foi o alvo das manifestações no continente europeu, parte de uma campanha global que o Greenpeace lança hoje contra a companhia. A Nestlé por enquanto continua jogando de ponta de lança no time das empresas que estimulam a destruição das florestas tropicias.

Além de financiar a derrubada em massa de mata na Indonésia e empurrar os orangotangos para o abismo da extinção, a Nestlé está contribuindo para agravar o aquecimento global. Florestas ajudam a regular o clima e acabar com o desmatamento, uma das maneiras mais rápidas de reduzir as emissões de Co2 na atmosfera.

Foi por isso que escritórios da Nestlé na Inglaterra, Holanda e Alemanha acabaram sendo palco de protestos por ativistas do Greenpeace, pedindo para que a empresa deixe de utilizar óleo de palma proveniente da destruição de área antes ocupada por florestas na Indonésia.

Assista ao vídeo:



As manifestações concidiram com o lançamento de um novo relatório do Greenpeace – 'Pega com a mão na cumbuca: como o emprego de óleo de palma pela Nestlé tem um impacto devastador na floresta tropical, no clima e nos orangotangos' (em inglês) – que expõe os laços entre a Nestlé e fornecedores de óleo de palma, como a Sinar Mas, que estão ampliando suas plantações em florestas de turfa (ricas em carbono) e nas florestas tropicias da Indonésia.

Além da produção de óleo de palma, a Sinar Mas também é proprietária da Ásia celulose, a maior empresa de papel da Indonésia. A empresa também infringe a lei da Indonésia ao destruir as florestas protegidas para cultivar plantações de óleo de palma.

Como todos devem saber, a Nestlé é a maior empresa de alimentos e bebidas do mundo. O que ninguém sabia até então era que a empresa também é um grande consumidor de óleo de palma produzido às custas do desmatamento das florestas tropicais. Nos últimos três anos, a utilização anual do óleo quase duplicou, alcançando a marca de 320000 toneladas que entram em uma enorme gama de produtos, incluindo o chocolate mega popular KitKat, que não é vendido no Brasil.

"Toda vez que você der uma mordida em um KitKat, você pode estar dando uma mordida nas florestas tropicais da Indonésia, que são fundamentais para a sobrevivência dos orangotangos. A Nestlé precisa dar aos orangotangos uma pausa e parar de utilizar óleo de palma de fornecedores que estão destruindo as florestas", disse Daniela Montalto, do Greenpeace internacional.




A fornecedora da Nestlé, Sinar Mas, é responsável por considerável destruição da floresta que serve de habitat para orangotangos

O lançamento do relatório segue numerosas tentativas de convencer a Nestlé a cancelar seus contratos com a Sinar Mas. Recentemente, o Greenpeace contactou várias vezes a empresa com provas sobre as práticas da Sinar Mas, mas mesmo assim a Nestlé continua usando o óleo de palma da Indonésia em seus produtos.

Diversas empresas importantes, incluindo a Unilever e Kraft, cancelaram os contratos de óleo de palma com a Sinar Mas. A Unilever cancelou um contrato de 30 milhões de dólares no ano passado. A Kraft cancelou o seu em fevereiro. "Outras grandes empresas estão agindo, mas a Nestlé continua fechando os olhos para os piores infratores. É tempo de a Nestlé cancelar seus contratos com a Sinar Mas e parar de contribuir com a destruição das floresta tropical e de turfas," frisou Montalto.

As florestas tropicais da Indonésia e seus orangotangos estão precisando desesperadamente de um refresco! Participe da cyberação e peça para a Nestlé dar um tempo as florestas! Clique aqui

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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

13 razões para dizer não à carcinicultura

A criação de camarão, conhecida como carcinicultura, é uma atividade que traz graves impactos ambientais e sociais às regiões onde se estabelece. Listamos aqui 13 pontos que mostram o quanto a carcinicultura prejudica o meio ambiente e a vida das comunidades pesqueiras.


  1. Ocupa Áreas de Preservação Permanente - APP´s (Código Florestal Lei 4771/65 e Resolução CONAMA 303/02): a ocupação de APP´s é observada na maioria dos empreendimentos estabelecidos no Ceará, representando 79,5% das áreas onde esta atividade é desenvolvida.

  1. Ameaça a integridade dos manguezais: a carcinicultura é responsável por inúmeros impactos ambientais vinculados ao ecossistema manguezal, dentre os quais destacamos: desmatamento de mangue em mais de um quarto (26,9%) dos empreendimentos existentes no Ceará, artificialização dos canais de maré e das gamboas e bloqueio dos fluxos das águas, comprometendo o equilíbrio ecológico deste ecossistema.

  1. Contamina a água: o lançamento de águas, provenientes dos cultivos no solo, nas gamboas e nos estuários é responsável pela contaminação do lençol freático e alteração da qualidade da água, ocasionando a mortandade de peixes e caranguejos, inutilizando a água para o consumo humano. No Ceará, 77% dos empreendimentos não utilizam bacia de sedimentação (tratamento de água) e 86,1% não reciclam água. Além disso, muitos viveiros são construídos sobre aqüíferos, causando a salinização das águas e destruindo as possibilidades da pequena agricultura ser desenvolvida pelas comunidades.

  1. Privatiza e gera conflitos pelo uso das águas: segundo a FAO, para cultivar 01 Kg de camarão em cativeiro são necessários pelo menos 50 mil litros de água. No Ceará, a EMBRAPA calculou em 262m3/ha o consumo das fazendas situadas no Jaguaribe utilizando água doce que implica em um consumo anual de 58.874m3/há. Vale dizer que essa demanda hídrica representa mais do que as principais culturas irrigadas do Baixo Jaguaribe (arroz irrigado, banana). O valor cobrado aos carcinicultores pelo uso da água é de apenas 2% do valor real. Mas, mesmo pagando tão pouco pela água, os empresários deste setor somam atualmente uma dívida de aproximadamente R$735.950,00 com a COGERH, alcançando um índice de 98% de inadimplência junto a este órgão.

  1. Privatiza Terras da União: a implantação de viveiros de camarão normalmente é realizada em áreas que eram utilizadas para a pesca, mariscagem, uso de produtos da flora do mangue (cascas, tanino) por parte das comunidades tradicionais. No lugar destas atividades a carciinicultura se introduz nessas áreas, tendo como marca principal a colocação de cercas em torno dos viveiros impedindo o acesso de pescadores/as, agricultores/as, índios/as e marisqueiras às áreas ainda disponíveis para o extrativismo.

  1. Propaga um falso discurso de emprego e renda: a chegada da carcinicultura é sempre acompanhada de promessas de geração de emprego e renda. No entanto, isso não se configura como realidade, uma vez que, os empregos gerados são precarizados pela falta de formalização e exposição dos trabalhadores/as a jornadas de trabalho exaustivas. No Ceará, 01 pessoa no máximo é empregada (mesmo assim esse emprego é sazonal e precarizado) para cada 01hectare de viveiro de camarão.

  1. Viola os direitos humanos: diante da resistência a expansão da carcinicultura, as comunidades sofrem violência física e psicológica. Casos de assassinatos e torturas, relacionados à atividade, já foram denunciados à justiça no Ceará e em outros estados.

  1. Destrói os meios de trabalho das comunidades tradicionais: na medida em que afeta diretamente o ecossistema manguezal inviabilizando o exercício das atividades tradicionais como a mariscagem, a cata de caranguejo e a pesca. O que tem impactado fortemente as mulheres que realizam a mariscagem. Enquanto 01 hectare de fazenda de camarão emprega no máximo 01 pessoa, em 01 hectare de manguezal trabalham 10 famílias.

  1. Ameaça a segurança alimentar: a implantação de viveiros em áreas de manguezal reduz a capacidade de produção de alimentos associada a esse ecossistema que funciona como berçário da vida marinha, local de alimentação, abrigo e reprodução para 75% das espécies pesqueiras que colaboram para a soberania alimentar e sustentam a produção de pescado do Brasil. Além disso, para produzir 30 toneladas de camarão, a carcinicultura consome 90 toneladas de peixes marinhos para fabricação de ração. Esta produção de camarão é destinada, em sua grande maioria, ao mercado internacional e, mais recentemente, para abastecer os mercados dos centros urbanos.

  1. Ameaça a saúde dos/as trabalhadores/as: o metabissulfito de sódio é um produto químico amplamente usado na despesca do camarão. Ao reagir com a água, o metabissulfito libera dióxido de enxofre (SO2), gás que causa irritação na pele, nos olhos, na laringe e na traquéia. Esse é considerado um agente de insalubridade máxima pela Norma No. 15 do Ministério do Trabalho. Doenças respiratórias, de pele e óbitos provocados pela exposição ao produto já foram identificados no Ceará.

  1. Descumpre a legislação ambiental: a maior parte dos empreendimentos de carcinicultura, no Estado do Ceará, apresenta situação de irregularidade frente ao licenciamento ambiental. 51,8% dos empreendimentos em instalação, em operação ou desativados são irregulares.

  1. Agrava o racismo ambiental: a atividade gera lucros exorbitantes para uma pequena minoria (formada por homens brancos e ricos) e danos para a população mais pobre (composta em sua maioria por descendentes de negros e indígenas) que vivem em comunidades tradicionais. Enquanto uma minoria se apropria dos benefícios do “crescimento”, são externalizados ou transferidos à sociedade altos custos sociais e ambientais. Ou seja, a atividade proporciona luxo para os ricos e deixa para os pobres o lixo, os custos e os riscos da degradação ambiental.

  1. Utiliza inadequadamente os recursos públicos: recursos que deveriam ser investidos na melhoria da qualidade de vida das populações são destinados ao desenvolvimento de uma atividade altamente predatória e insustentável socioambientalmente. Instituições financeiras como o Banco do Nordeste, Banco do Brasil, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES já disponibilizaram milhões de reais para os empresários da carcinicultura. Em 2005, o Banco do Nordeste investiu R$ 59,4 milhões nesta atividade. Além do financiamento, esses empresários ainda recebem subsídios de água e desconto de 73% na tarifa de energia elétrica de 21h30 às 06h do dia seguinte.

Proteçao dos oceanos

Com o objetivo de conhecer melhor a atual situação dos oceanos no Brasil, o Greenpeace selecionou e entrevistou 40 especialistas no assunto, entre membros do governo, representantes de ONGs e pesquisadores acadêmicos ligados ao tema em todo o país. Todos concordam num ponto: os desafios são muitos e urgentes.

Com base nas informações levantadas, o Greenpeace Brasil elaborou o relatório À Deriva - Um Panorama dos Mares Brasileiros, dividido em quatro temas prioritários: Áreas Marinhas Protegidas, Estoques Pesqueiros, Clima e Política Nacional.

Confira abaixo detalhes de cada capítulo.

Mares desprotegidos

O mar quando quebra na praia é bonito, mas também poluído e degradado em termos de biodiversidade e recursos pesqueiros. Os oceanos, que cobrem mais de 70% da superfície do planeta e são fundamentais para o seu equilíbrio climático, estão agonizando em praia pública. E apesar de todos os sinais do iminente colapso, pouco ou nada se faz para evitar essa catástrofe. Leia mais

Florestas / Recursos Hídricos


A imensidão do mar sempre nos deu a sensação de que temos uma fonte inesgotável de comida logo ali, no litoral. Não é bem assim. Apenas 10% dos oceanos são produtivos em termos de pesca, os 90% restantes são quase desérticos. Mas ainda assim deles retiramos boa parte de nosso sustento alimentar. O problema é que tiramos e tiramos recursos do mar, sem dar tempo para ele se recompor. E de onde tudo se colhe e nada se planta, tudo pode acabar. Leia mais

Agricultura sustentável / Transgênicos

Não se fala de outra coisa: o aquecimento global está aí e tem causado inúmeros problemas no planeta. Mas o que não se comenta é o papel fundamental dos oceanos nessa história toda. São eles o grande amortecedor climático do planeta e vêm acomodando a variação da temperatura desde os tempos da Revolução Industrial (século 18). Mas para tudo há um limite e este chegou também para os oceanos. Leia mais

Outros temas específicos

O Brasil tem uma Secretaria de Pesca (Seap), um Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), um Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Marinha, mas... quem cuida do mar, afinal? Ninguém sabe, nem os integrantes dos órgãos citados. O descaso brasileiro em relação ao mar é por falta de uma organização na gestão, ausência de governança e falta de prioridade. São vários setores do governo cuidando da mesma questão e deixando várias outras à deriva. Leia mais



Proteção dos oceanos: entre nessa onda


Os oceanos estão em perigo e você pode ajudar a mudar essa realidade!

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Relatório Oceanos
Para baixar o relatório na íntegra (arquivo em pdf), clique na capa do relatório acima.
Cartilha
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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Destruição 10 X 0 Oceanos… vamos virar este jogo?


Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, BA - Maior barreira de corais do Atlantico Sul.

Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, BA - Maior barreira de corais do Atlantico Sul.

Um estudo publicado recentemente pela universidade de Humboldt, em Berlim, levanta uma nova perspectiva sobre a necessidade na conservação dos recifes de corais. Segundo a pesquisa ambientes repletos de corais e outros animais são fontes de novos gêneros de seres marinhos.

A ameaça representada pela crise climática e o conseqüente aumento na temperatura média dos oceanos significa não só o sumiço de espécies hoje, mas uma possibilidade considerável de que, no futuro, não apareça novas espécies capazes de substituí-las. O descaso com que a opinião pública e consequentemente os governantes tratam assuntos relacionados à conservação dos oceanos vem sendo, ainda devagarzinho, substituída por uma série de constatações cientificas que dão conta da importância e do perigo que este tema propõe.

O quadro pintado pela quantidade de lixo e resíduos despejados nos mares, a acidificação dos oceanos fruto do excesso de absorção de CO2, ocupação desordenada das regiões costeiras, exploração de hidrocarbonetos, pesca predatória, e agora a constatação de que não só espécies são ameaçadas com o aquecimento das águas, mas também fica comprometido o surgimento de novos gêneros é um belo (péssimo!) pano de fundo para tratarmos com mais cuidado e agirmos ativamente para reverter essa situação.

É isso, infelizmente fica cada vez mais claro quão negativo é o impacto na saúde dos oceanos fruto da atividade humana irresponsável. Agora nos resta trabalhar para reverter tal situação antes que também comece a ficar claro o impacto negativo da falta de saúde dos oceanos sobre a qualidade da vida na terra.

Para isso o Greenpeace defende a criação de 30% de áreas marinhas protegidas em nosso litoral e 40% em águas internacionais. Junte-se a nós.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Líderes do mundo fracassam na COP15

São Paulo (SP), Brasil — Os líderes mundiais mostraram hoje sua incapacidade de colocar seus interesses particulares – especialmente econômicos – acima das necessidades da humanidade. As milhões de pessoas que dependiam de uma decisão ambiciosa que de fato controlasse o aquecimento global foram abandonados à sua própria sorte.

Os 120 chefes de Estado reunidos em Copenhague, na COP15, falharam. Eles colocaram suas prioridades domésticas acima de um compromisso global. E quem vai pagar mais caro são justamente os mais pobres e vulneráveis. “O acordo não é justo, ambicioso, nem legalmente vinculante. Os líderes falharam em evitar o caos climático. Este ano o mundo enfrentou uma série de crises e com certeza a maior delas é a crise de liderança”, diz Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace no Brasil.

Os chefes de Estado abandonaram a COP15 sem declarações públicas e, principalmente, sem cumprir seu mais essencial objetivo: evitar os efeitos perigosos das mudanças climáticas. Um “acordo de Copenhague”, costurado por 30 dos quase 200 países que integram a Convenção do Clima, é fraco e não representa nem um começo do que é necessário para controlar as alterações no planeta. Muitos países da América Latina, da África e pequenas ilhas se recusaram a se associar ao texto, em uma clara demonstração de repúdio.

O tal “acordo” determina que os esforços devem ser feitos para manter o aumento da temperatura em menos de 2°C e coloca algum dinheiro na mesa para começar a ajudar os países mais pobres a se adaptarem ao aquecimento global. Mas falha em seu cerne, ao não determinar uma meta ambiciosa de corte das emissões de gases-estufa. Sem isso, qualquer esforço de adaptação é insuficiente.

O presidente americano Barack Obama afirmou ontem, depois de abandonar a conferência, que o acordo de Copenhague representava a esperança de uma conclusão feliz de negociações que estão apenas começando. Afinal, segundo ele, conseguir um acordo com valor legal é “difícil” e toma tempo.

A questão é que o aquecimento global não espera as vontades e as dificuldades enfrentadas pelos políticos. A justificativa não convence suas vítimas. Longe dos corredores acarpetados de Copenhague, Washington, Genebra, Pequim e Brasília, as populações mais vulneráveis do planeta vão sofrer pela inação desse grupo.

“A cidade de Copenhague foi palco de um crime, com os culpados correndo para o aeroporto perseguidos pela vergonha”, afirma Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace International. “Presidentes e primeiros-ministros tiveram uma chance de uma em um milhão de mudar o mundo para sempre e impedir que o clima entre em colapso. Produziram apenas um entendimento cheio de omissões.”

Um acordo com força de lei, justo e ambicioso precisa ser fechado para controlar as mudanças climáticas. Os países desenvolvidos, que têm a maior responsabilidade, precisam cortar em 40% as emissões de gases-estufa em relação a 1990 até 2020. Os países emergentes também precisam fazer mais, com redução da taxa de crescimento de suas emissões. É preciso zerar o desmatamento das florestas tropicais e criar um mecanismo que financie ações de adaptação e mitigação nos países pobres. Sem nada disso, o mundo sai da COP15 deixando o presente e o futuro da humanidade em perigo.

A sociedade cobrou com propriedade a ida de seus presidentes para lá, para que assumissem posições corajosas. Eles foram, mas cumpriram apenas metade de seu papel. “A ideia de pressionar para que os líderes viessem para cá era justamente criar as condições para que houvesse uma decisão. Decidiram não decidir”, diz Paulo Adario, diretor da campanha da Amazônia do Greenpeace. “Eles deveriam ter vindo para cá com uma perspectiva global. Chegaram com os dois olhos virados para seus próprios quintais. Copenhague era o momento de ser ousado, de ter visão global. Comportaram-se como provincianos.”

A reunião de cúpula terminou da mesma maneira que começou, sem metas ambiciosas de corte de emissão, sem recursos financeiros para longo prazo e sem um texto consensual, com força de lei, que assegure seu cumprimento junto à comunidade internacional. “Temos de seguir em frente. Não apenas com marchas nas ruas, mas engajando o setor privado, o movimento social e os governos locais para transformar nossa comunidade e criar mais pressão política nos nossos governantes”, diz Furtado. “Afinal não podemos mudar a ciência, mas podemos mudar os políticos.”